Foi um período muito intenso
e criativo, marcado por diversos tipo de experimentações em todas os setores
intelectuais, principalmente as artes, moda e arquitetura. A mentalidade da
época primava muito pelo rompimento entre arte e o cotidiano e foi por isso que
o traje foi objeto de reflexão e transformou-se em meio de expressão e suporte
para a criação
As vanguardas
artísticas quebram com padrões estéticos do Renascimento e cultura
Greco-Romana.
A fonte, de Duchamp
ABSTRACIONISMO:
Refere-se às
formas de arte não regidas pela figuração. O termo liga-se às
vanguardas Europeias das décadas de 1910 e 1920, que recusam a
representação ilusionista da natureza. A decomposição da figura, a
simplificação da forma, os novos usos da cor, o descarte da perspectiva
e das técnicas de modelagem e a rejeição dos jogos convencionais de sombra
e luz, aparecem como traços recorrentes das diferentes orientações abrigadas
sob esse rótulo. Inúmeros movimentos e artistas aderem à abstração, que se
torna, a partir da década de 1930, um dos eixos centrais da produção artística
no século XX”.
EXPRESSIONISMO:
Surge
como uma reação ao Impressionismo, pois no primeiro, a preocupação está em
expressar as emoções humanas, transparecendo em linhas e cores vibrantes os sentimentos
e angústias do homem moderno. Enquanto que no Impressionismo, o enfoque
resumia-se na busca pela sensação de luz e sombra.
Van Gogh
O Grito, Munch
Inspiração:
Desfile de
Alexandre
Herchcovitch de primavera-verão 2011/12.
FAUVISMO:
Este
grupo de pintores, utilizavam nos seus quadros cores violentas, de forma
arbitrária. A denominação do movimento deve-se ao crítico conservador Louis
Vauxcelles, que, no Salão de Outono de 1905, em Paris, comparou esses artistas
a feras (fauves). Havia ali uma escultura acadêmica rrodeada de pinturas
neste novo estilo, o que o levou a dizer: Donatello
parmi les fauves, um Donatello entre as feras. As principais características do criações do fauvismo se
caracterizaram pela simplificação das
formas e valorização da cor, com o objetivo de realçar a obra, sem a fidelidade
com o mundo real.
Acabou influenciando a tecelagem e consequentemente a moda, especialmente a
de Poiret, que utilizou o talento para criação de estampas para seus tecidos,
de seu amigo Dufy, um dos principais artistas do movimento.
Henri
Matisse
CUBISMO:
Podemos observar a mesma despreocupação em representar
realisticamente as formas de um objeto, porém aqui, a intenção era representar
um mesmo objeto visto de vários ângulos, em um único plano. A nova forma se
baseava na geometrização das formas naturais, com cubos e cilindros fazendo
parte da composição da tela. O movimento
teve o seu melhor momento entre 1907 e 1914, e mudou para sempre a forma de ver
a realidade.
Agitou os meios artísticos, interferindo principalmente
na pintura. O ponto inicial dessa escola foi As Damas d’Avignon, do espanhol Pablo Picasso.
Ensaio fotográfico de Eugenio Recuenco, inspirado na
vanguarda cubista, em 2013
NEPLASTICISMO:
Em 1912, o
pintor Piet Mondrian, chegou a Paris como expressionista influenciado pela arte
cubista de Picasso, se dedicou à ampliação radical do cubismo e à busca por
elementos mais simples, o que o tornou o idealizador de um novo movimento
artístico relacionado à arte abstrata: o neoplasticismo.
A arte de Mondrian inspiraria Yves Saint Laurent em
meados da década de 1960.
FUTURISMO:
Abrange
sua criação em expressar o real, assinalando a velocidade exposta pelas figuras
em movimento no espaço. Foi um movimento que desenvolveu-se em todas as artes e
exerceu influência sobre vários artistas que, posteriormente, criaram outros
movimentos de arte moderna. Repercutiu principalmente na França e na Itália,
onde diversos artistas se identificaram com o fascismo nascente.
A cerca do futurismo, vale
lembrar o nome de Giácomo Balla, pintor,escultor, cenógrafo, e designer que,
depois da publicação de vários manifestos sobre a pintura futurista, assinou
quadros em que formas geométricas foram levadas aos limites da abstração.
No campo do vestuário, Balla
é lembrado por sua contribuição à favor da modernização dos trajes. Em setembro
de 1914 ele lançou seu cartaz Il vestito
antineutrale. Nele, o artista
italiano opina que as roupas futuristas
deviam ser simples, confortáveis, higiênicas, assimétricas, com cores fortes,
luminosas e de baixa durabilidade para permitir renovação constante.
Giácomo Balla fala do
futurismo na moda:
“Nós
devemos destruir a vestimenta tradicional, epidérmica, sem cor, funerária,
decadente, chata e doente. (...) As ruas apinhadas, reuniões, teatros, cafés
têm uma atmosfera de funeral porque as roupas refletem o miserável e grosseiro
humor dos tradicionalistas de hoje. Nós queremos confortáveis e práticas roupas
Futuristas, Dinâmicas, Agressivas, Espantosas, Desejadas, Violentas, Voadoras,
Ágeis, Alegres, Iluminadas (para ter luz nos dias de chuva), Fosforescentes,
Decoradas com lâmpadas elétricas. ..Como
resultado teremos uma grande variedade de roupas mesmo numa cidade onde a população
tem a imaginação pobre..``
DADAÍSMO:
Iniciou-se em Zurique, em
1916, liderado pelo romeno Tristan tzara. O Dadaísmo tem ligações com a face irracionalista
das vanguardas, assim sendo, Tzara acreditava que a escolha da vestimenta de
uma mulher era reveladora de seus desejos e medos inconscientes. Com Sonia Dellaunay-Terk
criou vestidos- poemas em 1921.
Podemos encontrar um
movimento que abrange a arte em todos os seus campos, pois não foi apenas uma
corrente artística, mas sim, um verdadeiro movimento literário, musical,
filosófico e até mesmo político. Embora a palavra dada em
francês signifique cavalo de madeira, sua utilização marca o non-sense ou
falta de sentido que pode ter a linguagem (como na fala de um bebê). A
princípio, o movimento não envolveu uma estética específica, mas talvez as
principais expressões do Dadaísmo tenham sido o poema aleatório e
o ready-made.
Inspiração:
Défilé en vidéo Jean-Charles de Castelbajac automne hiver, Paris 2011/2012
Modelo baseado( 1:22) nos movimentos artísticos originados no Dadaísmo- uma homenagem de Castelbajac a Man Ray.
SURREALISMO:
Movimento artístico que se distancia das
regras da lógica e da razão, indo além da consciência cotidiana. Ele expressa o
inconsciente e os sonhos, dialogando com a psicanálise, permitindo-lhes
explorar nas artes o imaginário e os impulsos ocultos da mente.
Na moda enquanto Chanel,se mantinha fiel ao seu estilo
funcional direcionado a mulher moderna, quem se destacou por suas inovações,
foi a grande rival Elsa Schiaparelli,
que vagava pelo surrealismo, o que resultou em ideias de fusão arte e moda.
Salvador Dalí
Elsa Schiaparelli, vestido esqueleto
Vestido Lagosta desenvolvido em parceria com Salvador Dali
A designer espanhola Ines Figaredo criou bolsas com uma temática surrealista:
AJJ
Surrealismo de Alexander Mc Queen: